sexta-feira, 17 de outubro de 2008

As traças cerebrais e os meios como musas

Estão tanto na minha cabeça quanto na minha alma. São pequenos empecilhos cotidianos, mais esfarrapados impossíveis, que impedem que algo grande aconteça.


Me falaram que só dependia de vontade, de Walt Disney e de insistência. Descobri Chuck Palaniuhck, intelectualóides, gente boa de verdade e de boa vontade, e um emaranhado de coisas insustentáveis. Dedique-se a alguma coisa por mais de uma época e veja o quão bom fica.


No meio desses devaneios, ficam devaneios alheios. A idéia de livros que falam sobre livros, de espetáculos que falam sobre shows e essas questões sempre midiáticos e metalingüísticos sempre me fascinaram. Um livro, dois filmes e uma música, imperdíveis pra quem algum dia já teve pretensão de escrever alguma coisa, mesmo que pra si mesmo.


Todos eles são meus ídolos, e obras-primas de cabeceira/estante/MP3player:



Assombro (Haunted)

de Chuck Palahniuk

A musa grotesca, a câmera atrás da câmera atrás da câmera – disse o Senhor Whittier. Tudo o que tem aqui dentro é de uma força absurda. Visceral, é um reallity show escancarado, recheado de fantasmas, personalidades caricatas e de um urgência fudida.


Foi o segundo livro que me deu ânsia, asco e vontade de vomitar, literalmente. O outro foi Ensaio Sobre a Cegueira, mas isso fica pra uma outra ocasião.




Barton Fink

de Joel e Ethan Coen.


Paranóia do enlatado. A pressão de produtores, produzido, cineastas e artistas, nem lugar diferente do nosso em uma Hollywood ainda mais quente, empoeirada e que não deixa de suar nunca.


Só não é o melhor filme dos irmão por causa de “E Aí Meu Irmão, Cadê Você?”, “Fargo” e “Quando Os Fracos Não Têm Vez.” Os caras são bons.




Adaptação(Adaptation)

de Spike Jonze e Charlie Kaufman


Tudo é metalinguagem. Sensacional, tanto pra quem fez, quanto pra quem vê quanto para os personagens. É a trama falando dela mesma, eles falando deles mesmo e a coisa acontecendo por ela mesmo. É impossível dizer qualquer coisa sobre ele com quem não assistiu, mesmo porque ele é um filme inexplicável. E se alguém tentar fazê-lo pra você, não dê ouvidos, vai parecer qualquer coisa medíocre.


In My Head

dos fodões do Queens of The Stone Age


Uma das milhões de músicas que cantam as músicas que lembram alguém. Por mais clichê que pareça, essa constante sempre me destruiu e lembrar de pessoas sensacionais com músicas uber expressivas é um dos meus hobbies preferidos, emotivos e incontroláveis.


I keep on playin our favorite song
I turn it up while you're gone
It's all i got when you're in my head and you're in my head so i need it



2 comentários:

Rick Levy disse...

nossa fernando, eu AMO QOTSA!
já os vi ao vivo no Reading Festival, depois se quiser subo os videos que fiz no youtube e te mando o link

Mina Hugerth disse...

O que eu acho mais legal dessa música é que ela também vira sobre ela mesmo, quando ela gruda na cabeça e você canta ela sobre ela estar na sua cabeça.
Enfim.