
" Pensando num amigo que está com problemas com o mundo, comecei a escrever o que se tornou isso que tá aí embaixo. Mas aí me dei conta de que o texto era pra vocês também, amigos do peito. Estejam aqui em 2009, por obséquio.

Sinto tanto que o fim permeia todos os meios quanto que o começo começa só a partir do momento em que começa a terminar; então por que buscar atalhos? Por que abdicaria de sofrer? Em troca de quê? De améns e vidas eternas? De caretice e família? Privação e sofrimento: se for pra escolher, não é melhor se jogar naquele que pode ser até conseqüência mas pelo menos não é causa? Olho pros meus amigos (e é pra eles que quero olhar) e vejo angústia rodeada por um mundo angustiante. Vejo , em todos eles que também são eu, essa vida cachoeira, de solidão em grupo e medo meio adormecido meio disfarçado: por fora o bonito desconhecido,por dentro o barulho que gera silêncio. Nessas horas me pergunto também se não vale menos o grito do que o fechar de olhos, menos o debater-se no lugar do que o deslocamento imprevisível do se soltar à correnteza. Se solto então. E espero encontrar com aqueles que gosto lá embaixo. Quem tiver engolido menos água ajuda o outro. Se isso não é amar, do amor me interessa muito pouco. "

2 comentários:
Eu engoli.
Phoda.
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