domingo, 25 de novembro de 2007

Ah o Mar! Película azule

O Mar! Saudoso companheiro que nunca vieste. Nada melhor que as películas vistas da quentinha poltrona de um cinema ou de um sofá engolidor de pessoas e ambições para conseguir retratar o megalomaníaco incógnito que é o Azulão.


Com o Mar, vêm as pessoas que nele navegam. Os estivadores, os lobos, os piratas, os capitães, os Lusíadas, os amendoins, as sereias. São tantos bravos desbravadores que citar nomes seria tão injusto quanto ter uma garganta cortada por um embriagado bucaneiro em troca de três vinténs e um biscoito de salmoura.

Lá vão os melhores:

-Como melhor crônica, melhores personagens e melhor canja pro coração: A Vida Marinha com Steve Zissou, a obra-prima. Um retrato fiel e cotidiano de um dos maiores exploradores/ pesquisadores marinhos que o planeta água já teve. Mergulha de cabeça numa caçada rumo ao desconhecido, motivado pelo mais nobre dos sentimentos humanos: a vingança. É lindo, é do bem e é colorido, sem ser franga pepino-do-mar filme de mulherzinha. Coisa de macho que é tão macho que tatua um cavalinho marinho roxo no colo do útero.




-Como maior angústia do mundo e provável causador de úlceras fortíssimas: Mar Aberto, o terror. Nenhum marujo que se preze subestima os perigos do mar, muito menos os trata como diversão...foi esse o ledo engano do casal ternura protagonista. Pra quem acha que o mar é só marola e golfinho. Há, macacos mimados.




-Como falcatrua realista, coisa de quem monta maquetes de porta-aviões escala 1:50 da Revell: Mestre dos Mares, o Lado Mais Distante do Mundo. Só pra quem é fluente em marinherês, já que sempre que o gajeiro se prepara para manobrar a bujarrona sete braças à bombordo, esperamos que saia um drink, daqueles com gardachuvinha colorido e tecos de abacaxi. Mas não deixe que isso te intimide, a embarcação é firmeza e a tripulação faz de tudo pra te deixar o mais confortável possível.


-Como exemplo desconexo e que só tem a ver com mar por motivos freudianos: Chuva de verão. Só não desidrata de chorar ao assistir quem já está mergulhado no mar. O Mar faz apenas algumas aparições como coadjuvante, vezes cômico e sempre trágico. É de doer, tem cheiro de infância com Sundown e mojitos, mesmo lembrando do filme inteiro como um copo aguado de whisky com gelos acinzentados.


Agora, antes de voltar a garrafa de rum, recomendo o blog do Almirante Nelson, marinheiro de longa data.

2 comentários:

renato santoliquido disse...

Ah fernandinho,

Conta outra historinha e pega esquitossomóse no copo d'água.

aguardo o confronto entre polônia e costa rica - reprise das oitavas de final da copa de 66.

Natalia Kuschnaroff disse...

Eu sou uma franga pepino-do-mar e estou naquele filme.

Você está muito pré-conceito-oso mesmo.