sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Futebol, torcedores e seus infinitos reverberes


Uma epifania ifanto-ludopédica.

Dia desses, acredito que durante mais uma das virtuosas vitórias que executava sobre @arielgajardo no FIFA, em meios a dribles que deslocavam sua existência e balaços que rompiam com o espaço-tempo, tive um momento de extrema lucidez: não faz o menor sentido discutir futebol.
Puxa, Fernando, você deveria ser estudado, fotografado, endeusado e canonizado por tamanha sagacidade e vivacidade intelectual! Meus parabéns!
Na verdade, discutir futebol faz muito sentido. O que realmente não faz sentido é discutir futebol com estatísticas, número de títulos, eficiência em campeonatos e essas putaria de nêgo metido a sociólogo-contador.

Quando você escolheu seu time, seu discernimento futebolístico devia estar entre ZERO e o NADA. O grande estímulo deve ter vindo do seu pai, da sua mãe, do seu primo mais velho ou até mesmo da afinidade com o time mais legal do álbum do Brasileirão.


Aí quando você vê, já está na terceira série, distribuindo murro nos amiguinhos mais afeminados que falavam mal do estilo do Wilson Mano.

Disso pra você se ver na faculdade, trocando ofensas calculadas, com número de título, equações que provam que o seu majestoso é melhor e você mostra, por A + B que realmente é MUITO GÊNIO de ter chutado uma cor de camisa quando tinha 4 anos. "Isso e bosta pra mim é a mesma coisa" (frase do @lucascdebarros).

E a parte realmente incrível disso tudo é realmente torcer. Loteria pura. Existe um conto do Borges (no “Ficções”) chamado “A Loteria da Babilônia”, que foi de onde surgiu tudo isso. No início dos tempos, foi criada a Loteria, que nada mais é do que o Acaso. As coisas acontecem, por pura sorte ou azar, e todas as pessoas estão sujeitas a Ela.

E como numa disputa de pênaltis, a escolha do seu time foi loteria. A graça da coisa tá realmente em discutir, usar argumentos esdrúxulos como - Neto já substituiu Pelé;



Gralak é o verdadeiro patada atômica; certeza que o Rubinho só não ficou no Corinthians porque a família Elias já havia marcado território no time alvinegro.

Resumindo: torça pra quem quiser, mas não vamos burocratizar os argumentos. O Caio e o Cléber Machado já fazem isso muito bem, pontualmente e estruturalmente.


PS1: Qualquer pessoas que tenha trocado de time depois dos 8 anos não tem o menor direito de falar qualquer coisa sobre o assunto.

PS2: Provavelmente ele(a) será são-paulino(a).

PS3: Entenda as transferências dos times brasileiros com André Lopes, o mago do humor.

6 comentários:

LBR disse...

bem coisa de quem não tem libertadores...

Ariel Gajardo disse...

pra mim, não burocratizar os argumentos colabora com a bela mística do futebol. ao não lembrar exatamente bem como virei flamenguista fico imaginando que um belo dia dos céus caiu sobre o meu berço o Manto Sagrado vermelho e preto e assim fui abençoado pelo Rubro Negrismo.

aliás, passei muitos anos vendo o flamengo ser surrado pelas estatísticas, sem contar aqueles argumentos nada politicamente corretos de que meu time é time de preto e favelado.

isso que agora eu mando no estado do rio de janeiro, tenho copa do brasil, libertadores, mundial e sou o atual campeão brasileiro. aliás, hexa-campeão brasileiro.

LBR disse...

bem coisa de quem só tem uma libertadores.

falando sério, qualquer discussão clubistica, seja embasada em números e estatísticas ou em nuances e particularidades de cada time e torcida, só vale pela galhofa.

nunca vi ninguém mudar de time após ser convencido com bons argumentos de que realmente o Grêmio é superior aos demais.

Paulo Morais disse...

Cara, nunca vi um argumento tão verdadeiro nos últimos tempos. Os comentaristas de futebol parecem mais advogados do que é ex-jogadores. Pior ainda é quando o comentarista sequer chutou uma bola de meia na vida.

Natália disse...

Olá,

Meu nome é Natália, trabalho na Produção Online do Avesso, programa que mostra os bastidores da comunicação. (www.avesso.com.br)

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Obrigada.

Fábio Favaro disse...

Mto bom!!!