quinta-feira, 29 de maio de 2008

Sam Rocka Legal

Um daqueles atorezinhos que veio surgindo devagar, carcomendo pelas beiradas de produções toscas, filmes C com o Bem Affleck e podreiras afins, que tem uma cara e uma pose tão características que não tinha como passar desapercebido.

Ele come de boca aberta, vomita palavrões, grita, esperneia, abre espacate, pega as Panteras, soca, pinta e borda. Enfim, uma personalidade lixão que só serve nos personagens mais legais.

Ele chamou a atenção pela primeira vez quando assisti A Espera de Um Milagre, aquele do corredor da morte que fez um estardalhaço, o filme preferido de 4 entre 5 fofos do segundo grau do longínquo colegial. Ele fazia o papel do serial killer alucinado que cuspia merda (ou era bolo de chocolate?) e mandava todo mundo pra puta que o pariu e parecia ser o único que parecia estar curtindo o rumo a cadeira elétrica.

E continuei vendo aquela cara esticada meio amassada em algumas produções menores, que sempre ficavam com um pé no independente e outro no blockbuster, mas sempre fantásticas.

Tirando a única bomba (que eu me lembre), a lástima gostosa que foi As Panteras, ele só fez coisa legal. Se juntou a David Mammet, rei dos bons filmes de ação em O Assalto. Depois, foi um dos pontos altos do filme do Guia do Mochileiro das Galáxias, como o Presidente da galáxia Zaphod Beeblebrox. Encarnou o mais malaco dos malacos em Os Vigaristas, um dos filmes mais legais do Ridley Scott, e ainda teve tempo de fazer um papel no escondido Tudo Por Um Segredo, produção subestimada que acabei assistindo sem querer.


Mas tem um filme que foi o auge, o pico everestiano. Dirigido pelo canastrão e ainda assim um puta diretor George Clooney, roteirizado por Charlie Kaufmman, guru da não tão nova nova geração, veio ele: o fantástico, o pitoresco, o todo torto Confissões de Uma Mente Perigosa, uma das biografias mais intensas já feitas pelo cinema.


Ainda que no meio de uma constelação de atores fodões, Sam Rockwell se destaca e parece a única pessoa no mundo capaz de interpretar esse Chuck Barry. Quem sabe quem foi , sabe que não é pouca coisa, e quem não sabe, pare de ver Em Nome do Amor e vá logo assistir.




O último filme dele lançado aqui no Brasil foi o Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford, onde faz o papel de Charley Ford. Tanto Casey Affleck (Robert Ford), Brad Pitt (Jesse James) e o Sam Rockwell estão brilhantes, cada um com sua imaturidade, serenidade e insensatez de cada personagem. Esse é outro ponto alto do cara, apesar do filme inteiro sre uma obra-prima. Parece alguma coisa diferente, uma espécie de drama psicológico de pistoleiros reais, de um bando de gente de verdade que sabia exatamente como virariam história. Todo nebuloso, mas perfeitamente claro.


E agora, lendo o Update or Die, vejo que o filho da puta ainda vai fazer o protagonista de um dos livros do Chuck Palahniuk (o mito). Só o trailer já do o gostinho, que tem algo como Clap Your Hands and Say Yeah! na trilha. Esse vai ser foda.


É o Choke:


PS: Ele ainda participou daquele seriado infanto-bizarro Pete & Pete, do Celebridades do Woody Allen e aquela super adaptação do Sonho de Uma Noite de Verão.

Um comentário:

Denis Pacheco disse...

Sendo bem calhorda, ouso dizer que até em "As Panteras" o Sam Rockwell foi arrasador! ahahahah

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Abs