segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Michael Mann, my man



Tudo começou com aquele cartaz misterioso do Ali no cinema do Raposo Shopping, em meados de 90 e algo. O Will Smith como maior e mais incrível pugilista de todos os universos soava, no mínimo, interessante. Como o magrelo dito cujo preenchia minhas tardes ociosas como o Príncipe Fresco de Bel-Air (ou Fresh Prince of Bel-Air, para os colonizados) poderia interpretar um peso-pesado que flanava como uma borboleta e ferroava como uma abelha?

E aquele maldito filme nunca apareceu no cinema. Passaram-se muitos invernos e nada do campeão aparecer. Desolado, vaguei pelas locadoras em busca de algo que pudesse suprir minha carência. Resolvi partir para a com violência gratuita e tramas entrelaçadas repleta de explosões. Passei por todos os Duro de Matar (na época só tinham dois), Rambos, Vingadores do Futuro, Exterminadores do Futuro, Escaramuçadores do Futuro, Professores do Futuro, entre outras bombas protagonizados por Mark Dacascos, Dolph Lundgren e o insuperável e sensacional Jackie Chan, atores esses que merecem posts futuros.

Numa dessas andanças encontrei uma antiga pérola que nunca havia assistido: Fogo Contra Fogo, com Al Pacino e Robert de Niro juntos, dando tiro pra tudo quanto é lado enquanto o Jim Morrison (Val Kilmer) solta suas penas de um lado pro outro. Baita filme, incrível como superava qualquer outra coisa do gênero que já tinha assistido. Pois bem, ficou na memória.

Algum tempo depois, encontrei num despretensioso canto de lançamentos não tão novos, aquela cara de parede, com protetor de dentes. Era ele, o campeão, foi direto pra locadora! Bumaye Ali! E o melhor, o filme não só atingiu como superou (olha que isso é bem difícil!) todas as minhas possíveis expectativas de mero mortal. É incrível, toda a reconstituição, todo o roteiro, todas as lutas, as personalidades. E, principalmente, a direção.

O filme tinha tudo pra chamar a atenção sozinho e deixar o diretor de lado. Foi o primeiro filme que tinha alguma coisa diferente assim na tela, alguma coisa granulada, menos profunda, mais seca, quase impossível de explicar. Fui descobrir, muito tempo depois, que aquilo tudo era filmado em digital e feito pelo mesmo diretor de Fogo Contra Fogo!

Eram dois filmes que por mais que fossem mega classudos, eram muito diferentes. O Ali parecia filme de um promissor novato, um diretor maluquinho filho de mestres que pegou o jeito da coisa e mandou ver no digital. O do Fogo, um velho sacana de boina da velha guarda da ação que passou impune pelos horrores da década de 80 (incluindo Chuck Norris) e fez a última obra-prima do gênero nos 90. E no final das contas eram a mesma pessoa! Sen-sa-cio-nal.

E aí veio Collateral, o quase perfeito. E a única coisa que me incomoda no filme (cuidado! spoiler!) é aquele maldito final, que insisto em acreditar foi imposto por produtores politicamente corretos.

Despues, Miami Vice. Nunca assistiria Miami Vice se não fosse pelo diretor admirado. Aquela série dos puliça malaco usando blazer branco em Miami nunca me apeteceu. E o melhor, é tão bom quanto Collateral, Ali e Fogo Contra Fogo. Obrigado Senhor.

Agora veio isso, um comercial da Nike intitulado Leave Nothing, dele mesmo:


Depois disso, só posso esbravejar: Michael Mann, my man!

E dá até vontade de assistir O Último dos Moicanos, que também é dele.

3 comentários:

renato santoliquido disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Natalia Kuschnaroff disse...

"Pugilista" para mim é xingamento.

Tu tá virando um belo d'um crítico de cinema, hein, Fernandão!

Vou te indicar para o Guia da Folha, prometo!

Anônimo disse...

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