terça-feira, 25 de setembro de 2012

E se os candidatos à Prefeitura de São Paulo estivessem no universo do Game of Thrones?


Existem dois assuntos que não saem da minha cabeça durante nesse lustroso segundo semestre de 2012: as eleições à Prefeitura de São Paulo, que está saindo da herança kassabística proibitiva, assustada, violenta, desgraçada e desgarrada AND Game of Thrones (ok, As Crônicas do Gelo e Fogo), saga essa que esteve em sua segunda temporada televisiva e seu quinto e mais fantástico livro lançado também neste ano. 

Ignorando a máxima idiota de que política não se discute, o óbvio ululante que brotou em meu cérebro foi: por que não juntar esses dois assuntos pitorescos e que, se usada e abusada da elasticidade de conceitos, até podem se conversar? O exercício é simples: qual personagem ou de qual Casa pertenceriam nosso ilustres candidatos à Prefeitura de São Paulo, caso a vida se passasse em Westeros, com suas comitivas, líderes e escudos maneiros. 

Observação: as comparações com as Casas são do final do segundo livro/temporada, momento da saga que maioria das pessoas está. Se você ainda não chegou lá, talvez encontre algum spoiler leve. Como eu não acredito em spoiler do bem, vá ler os dois primeiros livros ou ver a sensacional série para poder passar tranquilo daqui adiante nesse que será o texto mais interessante da sua vida remelenta.

Sem mais delongas:

José Serra (PSDB), da Casa Lannister
Eles têm dinheiro, eles têm terras, eles têm um código moral bastante duvidoso, amigos poderosos (ou apenas assustados) e vão fazer de tudo pra que sua família seja respeitada. As Ruínas de Castamare poderiam certamente ser sobre as ruínas de Pinheirinho; da Favela do Real Parque; etc. Tenha medo, muito medo. A não ser que você esteja no conxavo.



Haddad (PT), da Casa Baratheon
Vieram de um levante popular e tomaram o poder na base de alianças e do Martelo de Guerra. Agora que estão no poder, brigam entre si, com um lado se aliando com poderosas forças ocultas (Maluf = Melissandre) e o outro lado deslumbrado na esbórnia com a possibilidade de ser Rei para sempre.



Chalita (PMDB), da Casa Frey
Antigos, poderosos e com a posição mais estratégica do reino. Se você quiser conseguir governar, vai ter que se aliar a eles. Mas não caia no discurso cheio de pausas que reforça o senso comum. Se tiveram total confiança, eles vão mudar o jogo quando quiserem, e não vai ser legal.




Soninha (PPS), da Casa Targaryen
Isolada em outro continente, cercada de gente exótica. Apesar de ter sua integridade e valores, toma decisões horrorosas e só se alia com tranqueira. 



Russomano (PRB), Varys, O Aranha, O Eunuco, O Mestre dos Sussurros
Ele não tem casa, não se compromete, e mesmo assim é um dos personagens principais da coisa toda. Um dos mais importantes membros (apesar de ser castrado) do pequeno conselho do Rei, ele sempre apoia seu discurso naquilo que as pessoas querem ouvir. Os mais informados sabem que devem desconfiar de suas supostas boas intenções. É o mestre do disfarce e vai usar a carapuça necessária para conseguir alcançar o poder. Sua rede de espiões e parceiros é a mais poderosa de toda Westeros. 



Giannazi (PSOL), da Patrulha da Noite
Eles têm um código de honra forte, mas estão isolados lá na beira do mundo, sem apoio, mas ainda dispostos a defender o reino dos homens. Nem todos gostam de fazer parte da Patrulha. Tradicionalmente, em tempos de guerra, honram todos os reis e não obedecem a nenhum. 



Levy Fidelix (PRTB), da casa Umber
Pêlos faciais espalhafatosos, discursos inflamados e atitudes extravagantes. Nada além disso. 

Paulinho da Força (PDT), do Povo Pra Lá da Muralha
Povo de excluídos do lado de lá da Muralha, que não tem força política nenhuma dentro de Westeros. Estão se unindo, mesmo que formem uma enorme população heterogênea, para conseguir atravessar pro lado de cá, e fugir da vida braba que existe lá na periferia, incluíndo o estado paralelo de medo constante criado pelos Outros. O Paulinho tá nesse bolo mais pra se aproveitar do movimento do que propriamente ajudar a rapaize a atravessar a Muralha.

Anaí Caproni (PCO), da Irmandade sem Estandarte
Lutam por uma causa perdida, tentam se manter entre membros errantes de diversas casas, semi-mortos de fome e esfarrapados, mas com a certeza de que irão perecer com sua honra intacta. Esperam que seus atos sirvam mais como símbolo do que como alternativa viável de mudança. 

Ana Luiza (PSTU), os Clãs das Montanhas do Vale
Eles tem suas necessidades e suas reinvidicações bem claras, mas quase todas elas são pra partir pra cima, sem paciência pra negociar. Tem uma incrível capacidade de, mesmo em pouco número, fazer muito barulho e fuder qualquer tipo de manifestação sem vínculo com partidos metendo logo uma bandeira na cara de todo mundo. 

Miguel Manso (PPL), de Casa Moreland
Eu não sei nada sobre essa casa, assim como não sei nada sobre o Miguel Manso. 

Eymael (PSDC), alguma casa pequena bastante devota aos Sete
Ninguém da família chega nem a ser um septão, são apenas carolas oriundos de Vila Velha que passeiam por aí, tipo o Eyma e sua democracia cristã. 

Nessa disputa não existe nenhum representante dos Stark, que apesar dos altos e baixos, são os heróis da série. Nessa disputa não existem heróis de causas, apesar de discussão futebolística tomar lugar às dicussões que deveriam ficar no campo político. São partidos e pessoas que representam vários lados de uma mesma São Paulo. 

Não partilho da opinião de uma parcela - bem comum em meu círculo social - de que ninguém que está aí pode representar a maioria das minhas ideias e vontades pra cidade. Essa discussão cheia de nojinho (quem vai votar no PT tem nojo do PSDB, quem vai votar no PSBD tem nojo de votar no do PT) muitas vezes baseado argumentos rasos que são jogados pro alto sem nenhuma responsabilidade e vontade de entender realmente qual é nosso situação no meio desse bolo. 

A Soninha uma vez falou uma frase muito foda, que eu não achei pra copiar exatamente como era, mas seguia mais ou menos assim: “Pedir pra alguém votar aqui é como pedir pra alguém que não entenda nada de baseball, assistir à um vt editado com os melhores momentos da partida e ser obrigado a escolher o melhor jogador”. Pimba. A única diferença é que esse melhor jogador tem o poder e a oportunidade de transformar sua vida e a vida de todo mundo que mora por aqui. Acho que esse é um bom motivo pra aprender as regras do esporte e acompanhar o campeonato de pertinho, né não? 

Um comentário:

Anônimo disse...

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